O caos provocado pela polícia no Espírito Santo (conforme relatado neste link) apenas mostra que, na ausência do proletariado como classe autônoma, o "povo" só pode (re)afirmar a competição pela escassez, pela propriedade privada, cada átomo se aliando com as propriedades privadas com mais poder de fogo para defender-se e impor-se contra os demais átomos concorrentes - e quem tem mais poder de fogo são os grupos de extermínio, as gangues, as empresas de segurança, facções, traficantes, milicianos, o exército, as máfias e a própria polícia.
São ingênuos os que pregam a mera prática negativa de suprimir o Estado e o poder, como se eles fossem a causa de si mesmos. Imaginam e pregam uma práxis sem proletariado, sem perceber que, sem este, sem luta de classes, o resultado é necessariamente o fascismo, o identitarismo, a barbárie, o nacionalismo, o etnicismo, o bairrismo, o militarismo (e, por fim, é claro, a ditadura "legítima, democrática e republicana" do capital): o massacre mútuo dos oprimidos em nome da união com "suas" classes dominantes contra outras.
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