domingo, 2 de fevereiro de 2014
Pequena Ética (A Vida, 1914)
"[...] aqueles pendores chamados altruístas no fundo nada mais são do que puro egoísmo.
Quem dá o último pedaço de pão para matar a fome a um semelhante, quem deixa a última coberta para abrigar a outrem prestes a morrer de frio, pratica esses atos, que o positivismo chama altruístas, porque sentirá maior prazer em matar a fome do faminto e em abrigar o outro do frio, do que se ele mesmo comesse esse pão e se abrigasse com essa coberta. Da mesma forma, quem arrisca a vida para salvar a de outrem, o faz para evitar o sofrimento que lhe resultaria se não praticasse essa ação. Daí resulta que agimos sempre para sentirmos um prazer ou para evitarmos um sofrimento.
Atribua-se esses atos ao egoísmo ou ao altruísmo, isso pouco importa, porque a verdade é que, no fundo, tudo redunda em egoísmo.
[...] É por amor aos nossos semelhantes que somos anarquistas, é por amor à nossa espécie, a nós mesmos e à sociedade, que combatemos a injustiça, que odiamos os exploradores e os opressores dos nossos semelhantes: e, se odiamos é porque o ódio é também uma manifestação de amor. Quem odeia alguém ou alguma coisa é porque esse alguém ou essa coisa prejudica aquilo que amamos. "
A Vida, publicação mensal anarquista, ano I nº2, Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1914
(grato a Ulisses)
Outros textos sobre ética:
Contra as recompensas e punições (contra a meritocracia, contra a coerção) (2014)
Autonomia, espiral de violências e apelo à força (i.e. à classe dominante) (2015)
Autonomia e cotidiano - Espinosa e o imperativo de Kant: "Tratar os outros e a si mesmo como fins, jamais como meios" (2015)
Algumas implicações epistemológicas e éticas do materialismo(2011)
Materialismo (2014)
Pequena crítica antimoralista da dominação (crítica à idéia de "servidão voluntária") (2011)
Propriedade privada, escassez e democracia (2014)
Quem dá o último pedaço de pão para matar a fome a um semelhante, quem deixa a última coberta para abrigar a outrem prestes a morrer de frio, pratica esses atos, que o positivismo chama altruístas, porque sentirá maior prazer em matar a fome do faminto e em abrigar o outro do frio, do que se ele mesmo comesse esse pão e se abrigasse com essa coberta. Da mesma forma, quem arrisca a vida para salvar a de outrem, o faz para evitar o sofrimento que lhe resultaria se não praticasse essa ação. Daí resulta que agimos sempre para sentirmos um prazer ou para evitarmos um sofrimento.
Atribua-se esses atos ao egoísmo ou ao altruísmo, isso pouco importa, porque a verdade é que, no fundo, tudo redunda em egoísmo.
[...] É por amor aos nossos semelhantes que somos anarquistas, é por amor à nossa espécie, a nós mesmos e à sociedade, que combatemos a injustiça, que odiamos os exploradores e os opressores dos nossos semelhantes: e, se odiamos é porque o ódio é também uma manifestação de amor. Quem odeia alguém ou alguma coisa é porque esse alguém ou essa coisa prejudica aquilo que amamos. "
A Vida, publicação mensal anarquista, ano I nº2, Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1914
(grato a Ulisses)
Outros textos sobre ética:
Contra as recompensas e punições (contra a meritocracia, contra a coerção) (2014)
Autonomia, espiral de violências e apelo à força (i.e. à classe dominante) (2015)
Autonomia e cotidiano - Espinosa e o imperativo de Kant: "Tratar os outros e a si mesmo como fins, jamais como meios" (2015)
Algumas implicações epistemológicas e éticas do materialismo(2011)
Materialismo (2014)
Pequena crítica antimoralista da dominação (crítica à idéia de "servidão voluntária") (2011)
Propriedade privada, escassez e democracia (2014)
Postado por
humanaesfera
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
anarco-comunismo,
desejo,
Espinosa,
Ética
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário