domingo, 23 de junho de 2013
Os interesses que estão em jogo nos protestos das últimas semanas (sobre junho de 2013)
Os interesses que estão em jogo:
1) Classe dominante: dividida entre esquerda do capital e direita do capital, busca polarizar os protestos em torno de temas (por ex., "Estado versus mercado", "empreendedorismo" vs "benefícios sociais" pelo estado, frente única antifascista vs fascismo) necessariamente espetaculares, isto é, que escamoteiam, como era de se esperar, o cotidiano da escravidão do salário (inclusive as forças repressivas altamente mortíferas que garantem a continuidade dessa escravidão) da quase totalidade da população.
2) Proletariado: embora os protestos tenham se iniciado com um objetivo que tem imediato interesse para os proletários (preço dos transportes), e embora tenham sido vitoriosos a esse respeito (reversão dos preços), o proletariado continua privado de meios de vida (pelo aparato repressivo, o Estado), rastejando por empregos, acuado nas empresas, submetido aos patrões, e inconsciente de sua própria força colossal e internacionalista. Sem sua luta (a luta de classes), todo protesto é necessariamente "revolta dos coxinhas", mesmo que desfilem trabalhadores cansados e mal vestidos nas passarelas do espetáculo. Enquanto o proletariado não surgir como classe, os manifestantes serão necessariamente joguetes das polarizações espetaculares dadas pela esquerda do capital e pela direita do capital.
3) Classe média: capitalistas e proletários são todos "classe média" (média alta alta, média alta média, média média média, média média baixa, média baixa baixa....), que é a identidade individual que o capital fornece e que é necessária para o bom andamento do capital, assim como a "nacionalidade". A "classe média" compra e oferece mercadorias "voluntariamente", em "pé de igualdade", mesmo que se submeta à venda da própria carne e pensamento humanos no mercado de trabalho. Ou seja, a classe média não existe exceto na imaginação. Um possível resultado da repressão brutal nas manifestações é a constatação por muitos mauricinhos, almofadinhas, coxinhas, de que a classe média não existe de fato, já que essa repressão pode frustrar a ilusão de que existe o "brasileiro" defendido incondicionalmente pela polícia (e, mais ridículo, pelo idolatrado BOPE). Mas não tenhamos ilusões, pois a classe dominante (esquerda e direita) sabe que não pode se sustentar sem insuflar na população divisões que se apoiam na união da fantasiosa "classe média" ("gente do bem") com a repressão contra algum bode expiatório, tanto à esquerda e à direita.
Humanaesfera 23/06/2013
1) Classe dominante: dividida entre esquerda do capital e direita do capital, busca polarizar os protestos em torno de temas (por ex., "Estado versus mercado", "empreendedorismo" vs "benefícios sociais" pelo estado, frente única antifascista vs fascismo) necessariamente espetaculares, isto é, que escamoteiam, como era de se esperar, o cotidiano da escravidão do salário (inclusive as forças repressivas altamente mortíferas que garantem a continuidade dessa escravidão) da quase totalidade da população.
2) Proletariado: embora os protestos tenham se iniciado com um objetivo que tem imediato interesse para os proletários (preço dos transportes), e embora tenham sido vitoriosos a esse respeito (reversão dos preços), o proletariado continua privado de meios de vida (pelo aparato repressivo, o Estado), rastejando por empregos, acuado nas empresas, submetido aos patrões, e inconsciente de sua própria força colossal e internacionalista. Sem sua luta (a luta de classes), todo protesto é necessariamente "revolta dos coxinhas", mesmo que desfilem trabalhadores cansados e mal vestidos nas passarelas do espetáculo. Enquanto o proletariado não surgir como classe, os manifestantes serão necessariamente joguetes das polarizações espetaculares dadas pela esquerda do capital e pela direita do capital.
3) Classe média: capitalistas e proletários são todos "classe média" (média alta alta, média alta média, média média média, média média baixa, média baixa baixa....), que é a identidade individual que o capital fornece e que é necessária para o bom andamento do capital, assim como a "nacionalidade". A "classe média" compra e oferece mercadorias "voluntariamente", em "pé de igualdade", mesmo que se submeta à venda da própria carne e pensamento humanos no mercado de trabalho. Ou seja, a classe média não existe exceto na imaginação. Um possível resultado da repressão brutal nas manifestações é a constatação por muitos mauricinhos, almofadinhas, coxinhas, de que a classe média não existe de fato, já que essa repressão pode frustrar a ilusão de que existe o "brasileiro" defendido incondicionalmente pela polícia (e, mais ridículo, pelo idolatrado BOPE). Mas não tenhamos ilusões, pois a classe dominante (esquerda e direita) sabe que não pode se sustentar sem insuflar na população divisões que se apoiam na união da fantasiosa "classe média" ("gente do bem") com a repressão contra algum bode expiatório, tanto à esquerda e à direita.
Humanaesfera 23/06/2013
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