segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Eleições 2022 prevista em 2018: A encenação do "grande exorcismo e absolvição de todos pecados"

Antes de Outubro de 2018, o grupo Iniciativa Revolução Universal escrevia:

"Quando se escrever a história futura da fase da ditadura capitalista no Brasil correspondente ao início do século 21, que não se esqueça a quantidade de préstimos, prendas, favores e utilidades que um único personagem, e uma única ideologia foram capazes de ofertar ao sistema em tão pouco tempo. A classe capitalista no Brasil, em sério desacordo interno e rachada desde 2014, tem agora um anti-herói, capaz de criar um consenso burguês não só em favor da ordem e da legalidade do Estado democrático, mas de impulsionar a uma farsesca reencenação das “Diretas já” e do “Fora Collor” como momentos de reconciliação da classe dominante com ela mesma e reorganização do projeto capitalista (“união nacional”, “fim da polarização”, suplicam em coro a Veja, o PT, o PSOL e até o MBL!), através do “heroico e histórico enfrentamento” teatral contra um “odiado inimigo comum”, por ela gestado, criado e alimentado. O monstro do momento será o fiador de um novo pacto da dominação, pela força quando estiver no poder, ou como “perigo enfim superado, mas sempre à espreita” quando estiver fora dele. A luta contra Bolsonaro aliando todas as demais facções da burguesia será o grande exorcismo e absolvição pelos pecados políticos e blasfêmias ideológicas de seus adversários, o habeas-corpus político a quem quiser continuar fazendo parte da trama democrática...ao mesmo tempo totem e cordeiro consagrado que carregará em si as culpas de todos os outros para que o jogo do capitalismo volte a se fazer sem atritos, depois de submetida a classe trabalhadora a esse desgraçado espetáculo sem futuro. Isso explica por que a facada em Bolsonaro fez as bolsas de valores subirem e levou a “The Economist”, voz dos investidores, a dedicar-lhe um editorial detrator. Assim, a “marcha das mulheres contra Bolsonaro” (que o feminismo imperialista copia da marcha das mulheres contra Trump, às vésperas da eleição do mesmo), o “espetáculo da democracia” que será uma possível vitória do anti-Bolsonarismo nas eleições e eventos assemelhados, não são a luta da classe trabalhadora contra o fascismo, mas o festivo e popular jubileu do Estado, a procissão santificadora da democracia capitalista, celebrada pelas multidões com foliões, romeiros, gandulas e devotos em todos os lugares.

Não fosse Bolsonaro, tal “consenso antifascista” reunindo inimigos ferozes da classe trabalhadora, de todas as cores e posições...seria impossível."


O texto completo pode ser lido em Motivos pelos quais o sistema precisa de Bolsonaro


Nenhum comentário:

Postar um comentário

.